pela flor amarela viajaremos:
afasteremos as nuvens espessas
e as florestas de espinhos.
pela flor amarela, vamos e voltamos,
por escadas escuras, corredores estreitos
falando a desconhecidos.
onde está, dizei-nos, a flor amarela?
era minha? era vossa?
era do seu proprio instante,
era sua, cativa por algum caçador floral?
pela flor amarela atravessaremos a pedra.
o vidro, o metal, as palavras.
atravessaremos o coração,
como quem se mata
.atravessaremos um novo mar desconhecido
correremos africas e asias, polo e tropico,
e jogaremos nossa vida entre as estrelas
a flor amarela está guardada em si mesma
seu perfume sob mil petalas tranquilas
seu polen resguardado contra o vão descobrimento.
Cecilia
tem uma outra beleza que diz do amarelo, e de flores amarelas, escrita pelo drummond, que eu amo...
ResponderExcluirProvisoriamente não cantaremos o amor,
que se refugiou mais abaixo dos subterrãneos.
Cantaremos o medo, que esteriliza os abraços,
não cantaremos o ódio porque esse não existe,
existe apenas o medo, nosso pai e nosso companheiro,
o medo grande dos sertões, dos mares, dos desertos,
o medo dos soldados, o medo das mães, o medo das igrejas,
cantaremos o medo dos ditadores, o medo dos democratas,
cantaremos o medo da morte e o medo de depois da morte, depois morreremos
de medo e sobre nossos túmulos nascerão flores amarelas e medrosas.