terça-feira, 9 de junho de 2009


pela flor amarela viajaremos:

afasteremos as nuvens espessas

e as florestas de espinhos.

pela flor amarela, vamos e voltamos,

por escadas escuras, corredores estreitos

falando a desconhecidos.

onde está, dizei-nos, a flor amarela?

era minha? era vossa?

era do seu proprio instante,

era sua, cativa por algum caçador floral?

pela flor amarela atravessaremos a pedra.

o vidro, o metal, as palavras.

atravessaremos o coração,

como quem se mata

.atravessaremos um novo mar desconhecido

correremos africas e asias, polo e tropico,

e jogaremos nossa vida entre as estrelas

a flor amarela está guardada em si mesma

seu perfume sob mil petalas tranquilas

seu polen resguardado contra o vão descobrimento.

Cecilia

Um comentário:

  1. tem uma outra beleza que diz do amarelo, e de flores amarelas, escrita pelo drummond, que eu amo...
    Provisoriamente não cantaremos o amor,
    que se refugiou mais abaixo dos subterrãneos.
    Cantaremos o medo, que esteriliza os abraços,
    não cantaremos o ódio porque esse não existe,
    existe apenas o medo, nosso pai e nosso companheiro,
    o medo grande dos sertões, dos mares, dos desertos,
    o medo dos soldados, o medo das mães, o medo das igrejas,
    cantaremos o medo dos ditadores, o medo dos democratas,
    cantaremos o medo da morte e o medo de depois da morte, depois morreremos
    de medo e sobre nossos túmulos nascerão flores amarelas e medrosas.

    ResponderExcluir